segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PROJETO: TEATRO DAS OPRIMIDAS

MADALENAS – Teatro das Oprimidas
MaDaLENa é uma experiência cênica voltada para Mulheres, atrizes e não, engajadas e Praticantes do  Teatro das Oprimidas. É um laboratório teatral de cidadania dedicado ao tema do corpo feminino, suas revoluções, mutações, expectativas, seduções, obsessões e opressões neste começo de terceiro milênio. O projeto, contemplado em 2009/10 pelo Premio de Residências Artísticas e Interações Estéticas em Pontos de Cultura (Funarte – MinC), é realizado pela diretora italiana Alessandra Vannucci, em parceria com Barbara Santos do CTO-Rio dentro do projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto, no Brasil, Guiné Bissau e Moçambique. Agora, devido à presença da diretora como professor adjunto no Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, propõe-se a realização de uma etapa do Madalena em Ouro Preto.

O projeto destina-se a ala feminina em presídios do Estado de Minas Gerais pelas alunas bolsistas do Projeto de Extensão Madalena – Teatro das Oprimidas, sob a supervisão da prof. Alessandra Vannucci e do prof. Aceves Moreno, através do convênio estipulado pela UFOP – Departamento de Artes (DEART).


A participação interativa dos espectadores, no espetáculo final,  pode abrir canais de diálogo entre detentos, agentes penitenciários e funcionários dentro do sistema do presídio e entre este e a sociedade civil. Quando “abre” para a sociedade dos indivíduos “livres” o drama de um direito negado ou de um desejo oprimido do indivíduo, mesmo que detento, o teatro convida os espectadores a tomar uma atitude, desejar transformações, propor soluções que possam repercutir na vida real de todos os que trabalham e vivem no sistema prisional ou convivem com ele.       
O percurso será traçado em sete etapas (cada uma de quantos encontros forem necessários):   
Laboratório de percepção (cinco sentidos + orientação)
Laboratório de ritmos e energias (respiração do grupo)
Laboratório de teatro-imagem (narrativas, contextos, rituais)
Máscaras e Rituais (cotidiano, extra-cotidiano)
De-mecanização e identidade (poema, declaração, sinestesias)
Tira na cabeça (queda do julgamento)
O arco-iris dos desejos (desejos, obstaculos, transformação)
Fórum de uma história: ensaios

Nota da Professora Alessandra Vannucci.

Projeto e Fotos enviados pelo Presídio de Ouro Preto
Acervo: SUAPI/SEDS/DEP

Postado por Sônia Leite/SEDS

Olimpíadas 2011

SIM A COMPETIVIDADE, NÃO À VIOLÊNCIA.
Por que participar das Olimpíadas?

O Preso deve ter a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e mentais participando de atividades culturais como jogos e esportes não apenas como atividades de lazer, sobretudo com a finalidade de possibilitar expressões de sentimentos, afetos e emoções desenvolvendo a competitividade de forma sadia e sem violência.
Devemos trazer propostas que procurem democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, expandir o que hoje é apenas uma visão biológica para um trabalho que incorpore dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.
Pode-se metodologicamente adotar recursos que introduzam o tema na Unidade, utilizando, por exemplo, filmes que estimulem o espírito Esportivo.
Como escolher o filme:
Mais do que seu gosto pessoal ou a dos alunos é importante responder a essas questões.
Qual o objetivo didático da atividade?
Como este filme pode ajudar a atingir o seu objetivo?
Ele é adequado à faixa etária e às características da turma? As informações contidas estão de acordo com o nível de conhecimento dos alunos?
A temática do filme é adequada ao ambiente escolar? Tem cenas de sexo, violência e terror ou trata de valores culturais, religiosos e morais com as famílias podem discordar?
A quantidade de informação sobre o tema é suficiente ou é necessário fazer uma complementação?
A abordagem do tema é atual? Existem outros enfoques ou tendências que podem ser explorados de outras formas?

Como planejar a exibição:
O uso do cinema em sala requer um trabalho prévio. Veja o que fazer antes da exibição.

1-      Consiga uma cópia do filme. Se não estiver disponível nas locadoras, você pode consultar cinematecas ou solicitá-lo à distribuidora.
2-      Mesmo que já tenha assistido, veja novamente para definir como trabalhará a temática e decidir quais trechos exibirá.
3-      Faça um plano de aula, prevendo em que momento o filme será exibido à turma e inclua a atividade no planejamento.
4-      Verifique com antecedência se os equipamentos necessários para exibição estão funcionando.





Algumas Indicações para trabalhar em sala de aula com o Tema: Olimpíadas
Coach Carter - Treino Para a Vida
O filme conta a historia de Richmond High School que tem um dos piores times de basquete da liga estudantil estadual. Seus jogadores se contentam em apenas fazer algumas jogadas de efeitos e, eventualmente conquistar alguma vitória e dessa forma justificar a sua vida esportiva.
O filme mostra como a sociedade e o sistema educacional precisar rever seus conceitos de educação. Ele mostra competências muito importantes para a formação do caráter do ser humano.
A importância da disciplina: quando o sr. Carter assumi o time de basquete ele precisou usar métodos bastante rígidos para que ele pudesse ter o controle do time.
A disciplina: quando o treinador assumiu o time, a primeira coisa que ele fez foi estabelecer as regras que os alunos/atletas teriam que cumprir, ou seja, ele determinou uma disciplina cotidiana e deixou claro qual a conseqüência para quem não cumprisse as regras. Determinação: quando nos propomos a realizar um trabalho temos que ter determinação por mais que pareça impossível, ou seja, temo que ter compromisso com que nossos objetivos.
Trabalho em equipe: O filme mostra que quando os alunos/atletas entenderam o que é trabalho em equipe, eles conquistaram não só as vitórias nos jogos mais conquistaram a vitória mais importante de suas vidas se tornaram verdadeiros cidadãos.
A Gangue está em Campo.
O filme é baseado em uma história verídica. Um oficial de detenção de acampamento juvenil cria um time de futebol americano. Por meio do esporte os infratores resgatam a autoestima e a responsabilidade social. O grupo de adolescentes consegue uma segunda chance.
Escritores da Liberdade.
Instigante história, envolvendo adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo.
Invictus
Filme dirigido por Clint Eastwood que conta o período entre 1990 e 1994, em que Nelson Mandela saiu da prisão e assumiu a presidência da África do Sul. Agora você deve estar se perguntando: “parece ser um filme bacana, mas porque estamos falando dele num blog de esportes?”
Bem, como a galera que estudou a história recente sobre apartheid deve saber, Mandela combateu o racismo na África do Sul utilizando o esporte como arma, para diminuir o fosso entre negros e brancos. O filme, além de centrado em Mandela, é também centrado no rugby, mais precisamente, no jogador Francois Pienaar.

Golpe Baixo
Paul Crewe é um ex-astro do futebol americano preso por dirigir bêbado. Na prisão, se junta a Caretaker monta um time e mesmo induzido a entregar o jogo perdendo para os quardas, resolve não fazê-lo estimulado pelo verdadeiro valor esportivo.
Fotos: Internet
Referência Bibliográfica:  Nova Escola- Edição Especial
Projeto: SUAPI/SEDS/DEP

Projeto e postagem de Sônia Leite/SEDS

CAPACITAÇÃO




























“Não temos em nossas mãos as soluções para todos os problemas do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo temos nossas mãos.” (Friedrich Von Schiller)
No dia 13 de Abril tornamos possível o encontro  com as Pedagogas  e/ou responsáveis pelo Núcleo de Ensino das Unidades Prisionais de Minas Gerais, com o objetivo de capacitar.
Escutamos no nosso dia-a-dia, uma fala técnica no que tange a ação de Capacitar, fala-se da capacitação apenas com a visão hipotética de melhorar as atividades profissionais, como se houvesse uma robotização para atingirmos nossa finalidade. A capacitação é mesmo fundamental, porém é totalmente dependente de um primeiro passo, o de MUDAR a nós mesmos.
Muitas pessoas, devido aos valores do nosso tempo (tempo este que acontece velozmente) afirmam que entre a Prática e a Teoria, a importância da Prática prevalece. Porém, com o passar do tempo e nossas experiências pessoais, percebemos que só com a prática nos tornamos limitados.
Se nos alienarmos imaginando que a prática é tudo e a tudo compõe, estaremos nos comparando a máquinas, e máquinas não sobrevivem às turbulências e nós humanos sim. No mundo não podemos viver sozinhos. Como exemplo, se observarmos a nossa mesa do café da manhã, perceberemos que nada ali foi feito por nós, nem o pão, nem o leite, nem os ovos, foi tudo composto por uma ação coletiva, precisamos uns dos outros. Melhorar nossas estruturas significa não nos esquecermos das sutilezas da paciência, da perseverança e de não desistirmos com as ações dos outros, que antes de nós, tentaram e não obtiveram sucesso. Capacitar-se é aprender, é aprimorar tudo o que já foi feito e que deu certo e que pode através de nossas mãos aperfeiçoar ainda mais.
Sozinhos não conseguimos visualizar nem praticar a grandeza do saber... precisamos uns dos outros para nos lapidar, afinando nossa capacidade, para que possamos extrair o que de melhor existe em nós.
Sonia Leite.
Fotos: Acervo- SUAPI/SEDS/DEP
Postado por Sônia Leite/SEDS

FESTIPEN



Presidiários soltam a voz em festival de música em Belo Horizonte                                                 

 
Detentos do estado de Minas Gerais soltaram a voz na tarde desta sexta-feira (20) no “IV Festival de Música do Sistema Penitenciário” (IV Festipen), realizado no Auditório da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), no bairro Nova Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte.
O grande vencedor foi Moisés Araújo Cristiano, 29 anos, que está preso na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ibapa, na Região do Vale do Rio Doce, a 300 quilômetros da capital mineira.
A canção escolhida pelos jurados foi “Voa passarinho”. “Quero passar para a juventude uma nova visão, para que eles não caiam nesta situação”, disse ele, referindo-se à vida de detento que leva há oito anos. A pena dele foi de 14 anos por tráfico de drogas e furto. Por vencer o “IV Festipen”, ele ganhou um violão.
O segundo lugar ficou com Priscila de Souza Rocha com a música “Só falta você”. Ela ganhou um cavaquinho. Na terceira colocação, Leonardo de Amorim Andrade levou um pandeiro com a música “A libertação”.
Quatorze finalistas concorreram ao prêmio de melhor música composta dentro de uma prisão e lançaram o CD “Vozes das Celas”. Participaram da seleção todas as unidades prisionais do estado, com mais de 500 músicas inscritas no concurso.
Para o superintendente de Atendimento ao Preso, Guilherme Augusto de Faria Soares, “o Festipen é uma maneira de mostrar que as grades não são um limite físico dos valores humanos, de talentos e de inspiração”.
Soares acredita que todo o indivíduo pode desenvolver talentos, mesmo que ele esteja preso. “Os detentos fazem uma transposição das angústias, expõem sentimentos em forma de música”, finalizou.
O secretário estadual de Defesa Social, Lafayette Andrada, disse que “todo o esforço de humanização dentro do sistema prisional é muito difícil, mas a música e a emoção brotam da alma”.
E ressaltou que “a música é um instrumento que Deus criou para alegrar a alma [...] Eles [os detentos] precisam utilizar a reflexão para verem o que estão vivendo hoje e que poderão viver amanhã, para projetar um futuro melhor”, destacou Andrada.
Outros participantes
O presidiário Miller de Oliveira Silva, 26 anos, da Penitenciária João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, na Região do Triângulo, viajou 550 quilômetros para participar do festival com uma música em ritmo de pagode.
Ele foi condenado a 16 anos por furto e roubo e já cumpriu seis anos. “Compus a música ‘Acabou, virei o jogo’. É a história de um homem que dispensou a mulher porque ela só queria farra, prazer e não ligava para o amor”, explicou Silva.
Cleiton Schmidt, 38 anos, está no Presídio de Andradas, na Região Sul de Minas Gerais, e foi condenado por tráfico de drogas. A pena foi de 18 anos e ele está recolhido há três. “Criei a música em um momento que eu estava pensando na dificuldade da vida. Deus me fortaleceu com essa composição”, disse Schmidt. A canção dele é “O sonho não acabou”.
Já dona Maria Aparecida da Silva, 70 anos, que mora no bairro Taquaril, Região Leste de Belo Horizonte, foi prestigiar o neto, que está em liberdade condicional desde a última sexta-feira (13). “Vejo o festival como uma coisa boa porque tira as coisas ruins da cabeça deles. Meu neto está entusiasmado, principalmente por causa da condicional que ele recebeu”, falou dona Maria Aparecida. Claudinei Roque da Silva, 28 anos, foi condenado por roubo e ficou preso no Centro de Remanejamento Prisional de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por dois anos. A música que ele compôs foi “Presente de Deus”.
A irmã dele, Gisele da Conceição Gregório, 26 anos, também apoiou a iniciativa. “Era tudo que eu queria para ver o meu irmão tocar a vida. Agora é bola pra frente para ele seguir a carreira, porque ele sempre gostou disso”, contou Gisele.
O júri foi composto pelos músicos Gilberto Junqueira e Reginaldo da Costa e pela vocalista da banda Dolores 602, Daniela Ventura. Todos os finalistas ganharam uma medalha e um kit com 50 CDs.
A tarde artística ainda contou com a participação do grupo teatral “Vida Nova”, composto por detentos, que apresentou a peça em que conta a história do delegado Estadeu Costa, idealizador do Festipen.
O projeto
O Festipen é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e tem por objetivo incentivar e revelar talentos musicais dentro das penitenciárias e promover a humanização do sistema prisional em Minas.
A experiência demonstrou que a música tem melhorado o comportamento dos detentos, facilitando a convivência com outros internos e as relações com os funcionários dos presídios onde o festival é realizado.
Este foi o lançamento do quarto CD “Vozes das Celas” com a participação de várias unidades prisionais. O primeiro foi lançado em 2006, o segundo em 2007 e, o terceiro, em 2009. O projeto é promovido pela Seds, com patrocínio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), e apoio do Ministério da Cultura (MinC).
O idealizador do projeto, Estadeu da Costa, morreu em 20 de maio de 2010. Por isso, o IV Festipen foi realizado hoje para homenageá-lo”, disse a advogada Ana Paula Bertolini Costa, filha de Costa. Ela falou, ainda, que continuará no desenvolvimento do projeto criado pelo pai.


 Fontes:

Jornal das Montanhas